segunda-feira, 20 de março de 2017

“Mais de 600 milhões de crianças viverão com falta de água até 2040” - Alguém ficou incomodado?


A notícia surgiu na agenda mediática com relativo destaque. Foi perdendo “força” ao longo do dia. Outras matérias, de âmbito nacional e internacional, outras “polémicas”, outros “acidentes”, outras notícias fantásticas do mundo do “jet7” e das “fofocas universais”, acabaram por ganhar terreno. É normal. Pensa o editor do influente órgão de comunicação social: valerá a pena mandar alguém para a rua em reportagem para saber o que pensam os cidadãos desta notícia: cerca de 600 milhões de crianças viverão em zonas onde falta a água até 2040, segundo o alerta da organização das Nações Unidas para a educação e infância.
Será novidade? Venderá audiências? O editor ainda se interroga um pouco mais e depois descobre uma segunda nota neste apontamento do dia: segundo o relatório da Unicef as crianças mais pobres serão as mais afetadas. E aqui o editor volta a torcer o nariz: onde é que está a novidade?...
Poderia talvez (dizemos nós…) haver algum interesse na informação sobre os 36 países que já vivem com níveis “extremamente altos” de ‘stress hídrico’, ou seja, recursos muito limitados de água potável… Isso, possivelmente, também não faz audiência…por isso, arquive-se!
“Temperaturas mais elevadas, o aumento do nível do mar, o aumento de inundações, as secas e o derretimento do gelo” são algumas das razões para a situação, como alerta a Unicef. Mas isso, diz o senhor que manda no noticiário, isso fica para os ecologistas…

O que vale é que ainda temos muita gente que se preocupa e que é sensível face a estes reais problemas da Humanidade. A começar, sem dúvida, pelas crianças e jovens nas nossas escolas.
Prof. Paulo Oliveira


Sem comentários:

Enviar um comentário